quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cancellara nega uso de motor na bicicleta


Diretores e mecânicos falam sobre a polêmica envolvendo o desempenho do suíço em Flandres e na Paris-Roubaix

O campeão mundial de contrarrelógio, Fabian Cancellara (Saxo Bank) negou qualquer intenção e uso de utilizar um motor interno em sua bicicleta, o que teria beneficiado seu desempenho na Volta de Flandres e na Paris-Roubaix.



"É tão absurdo que não tenho palavras a respeito disso", afirmou. "Eu não quero falar muito sobre isso e insistir em uma história que é tão estúpida. Eu nunca tive motor nas minhas bicicletas. [Além disso], não deveria produzir barulho ou algo do tipo? “questionou.

A suspeita aumentou após a UCI (União Ciclística Internacional) nas últimas semanas intensificar as investigações sobre o caso. Uma análise aponta que é possível colocar um motor na bicicleta, o que poderia proporcional até 100 watts de potência para o ciclista. O motor ”invisível”, mas necessita de auxílio de uma bateria externa; inclusive com um botão para ligar e desligar o equipamento.

O ex-ciclista Davide Cassani apresentou uma amostra na qual o botão permanecia escondido no guidão, além de possuir uma bateria escondida nos pedais. Ele disse ainda ser impossível detectar a diferença quando comparado a uma bicicleta normal; e na sequência levantou suspeita a respeito do desempenho de Fabian Cancellara na Volta de Flandres, quando ataca o belga Tom Boonen (Quick Step), além do seu ritmo impressionante na Paris-Roubaix.

“Minhas realizações e feitos são decorrentes de um longo e duro trabalho. É algo triste e escandaloso esta situação.”

A UCI está levando a questão a sério, mas não em relação a determinado ciclista. Jean Wauthier, o chefe da comissão técnica da UCI, não vê verdade na história do suíço Cancellara. "Nenhuma investigação será aberto em Cancellara. Se houve uma fraude, não podemos prová-lo.”

O mecânico da Saxo Bank, Christophe Desimelaere, garantiu que não existe nenhum tipo de alteração no equipamento do tricampeão de contrarrelógio. “Sobre o doping, eu não posso dizer nada, pois as pessoas podem fazer o que quiser. Mas com a bicicleta, absolutamente não. Estou ciente de tudo e eu garanto que não é verdadeira essa história. É escandaloso que ousam insinuar uma coisa dessas"

Já Patrick Lefevere, manager da Quick Step, espera que o vídeo seja analisado pela UCI, mas mantem cautela sobre o assunto. “Eu assisti esse filme com desconfiança. Caso seja verdade, é roubo puro; pior que doping. Atenção: todos são inocentes até que se prove o contrário. Eu não participo de fofoca, e eu tento não ser paranóico. Mas agora, eu vi o filme por Cassani, e espero que a UCI examine a questão cuidadosamente.”

O diretor da Omega Pharma-Lotto, Herman Frison, lembra que o assunto já vem sendo discutido há algum tempos nos bastidores. “No ano passado tivemos um curso na UCI e um gerente de equipe perguntou sobre o motor nas bicicletas. A pessoa da UCI afirmou que estava ciente disso e que poderiam detectar qualquer tipo de trapaça nesse sentido."

Por fim, Frison acredita na inocência de Cancellara. "Eu não acho que Cancellara usou essas bicicletas manipuladas", disse ele. "Seria o efeito de uma bomba [se fosse provado ser verdade]. Cancellara é um ciclista honesto.”

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