segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um exemplo de amor e vida



Este é um depoimento emocionante do senhor Dick Hoyt. Uma história real de superação 
que vem acontecendo há mais de 30 anos. Li recentemente, achei muito válido para 
qualquer tipo de pessoa e segue abaixo para que você tire suas próprias conclusões. 

Não deixe de conferir!


Dois Heróis
Dick Hoyt

Há 30 anos meu filho Rick , que sofre de paralisia cerebral, pediu que o inscrevesse numa 
corrida beneficente na nossa cidade, Holland, nos EUA. Corri oito quilômetros empurrando-o 
na cadeira de rodas. Claro que ficamos para trás, mas não fomos os últimos. No fim, Rick 
me agradeceu e disse: "Pai, quando corro, minha deficiência desaparece". Aquilo mexeu comigo. 
Desde então, empresto meus braços e pernas a Rick para que ele experimente a sensação 
outras vezes.

Dick e Rick em ação

Já participamos de 1069 competições, entre elas, 69 maratonas e 247 triatlos, sendo seis Ironman 
(3,8kms de natação, 180 de ciclismo e 42 de corrida). Em 1992, atravessamos os EUA 
em 45 dias percorrendo 6011 quilômetros. 

Ainda competimos todo fim de semana, mas a idade não permite exageros: tenho 71 anos e ele
 faz 50 este mês.

Correr transformou nossas vidas. Ele começou a se apresentar como "Free Bird" (pássaro livre, em 
inglês), eu deixei o sedentarismo. Era difícil achar tempo livre para praticar esportes: casei aos 
20 anos, tive mais dois filhos e conciliava três trabalhos para sustentar a casa e pagar as despesas 
médicas de Rick. Depois da primeira corrida, passei duas semanas de cama por causa das dores. 
A maior dificuldade não são os 58 quilos do meu filho, mas a dificuldade de conduzir a cadeira em 
linha reta.

"Para nadar, visto um colete com uma corda que me prende ao bote salva-vidas onde está o Rick"

Tive de criar uma cadeira com duas rodas atrás e uma na frente. Quando nos interessamos 
pelo Triatlo, desenvolvi outra para fixá-lo à frente da minha bicicleta. Para nadar, visto um colete 
com uma corda que me prende ao bote salva-vidas onde está o Rick. O mais desgastante do 
Triatlo são as trocas de modalidade, porque nesses trechos preciso correr com ele nos braços.

Sofremos só um acidente até hoje: no Ironman de 2002, caímos da bike e tivemos de 
abandonar a competição. Rick cortou o rosto, sangrou bastante, mas felizmente não se quebrou.
 Foi um ano azarado. Cinco meses antes, eu enfartei sem perceber durante uma prova. Só 
sobrevivi e pude continuar competindo porque minha condição física é excelente. Tenho de
 estar 100% atento, pois Rick não controla os movimentos - se eu caio, ele vai junto. Gostaria que 
meu filho se aposentasse comigo, pois não acredito que outros terão o mesmo cuidado. Ele 
costuma dizer que, se deixasse de ser deficiente, a primeira coisa que faria seria me empurrar.
 É esse sentimento que me faz seguir em frente.

Texto: Dick em depoimento a Ana Luiza Leal.
Fonte: Foi digitado a totalidade da matéria extraída da Revista ALFA, edição de Janeiro de 
2012, pags. 42/43. 

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