sexta-feira, 1 de julho de 2011

A segurança de Contador



Favorito a mais um título no Tour de France, Alberto Contador (Saxo Bank) não consegue fugir das recorrentes perguntas sobre seu suposto envolvimento com doping. Na coletiva de imprensa antes do início do Tour não foi diferente.

Questionado sobre sua legitimidade em relação ao assunto, Contador rebateu imediatamente a pergunta do repórter. “Minha intolerância quanto ao doping é de cem por cento, mas cada um acredita no que quer”, disse, reiterando seu desejo de conquistar pela quarta vez a camisa amarela.

“Estou bem para me concentrar, pois tenho feito isso por muitos anos. Tenho participado de dezenas de entrevistas coletivas e sempre continuo focado. Há muita pressão sobre nós no Tour e vocês podem perceber isso pela quantidade de jornalistas aqui presentes. A pressão de fora é muito grande, mas estou pronto.”

“A ideia de que eu poderia perder meu título me parece ridícula. Tenho participado de muitos controles antidoping porque tenho vencido muitas provas. É ridículo que eu possa perder meu título e estou absolutamente confiante quanto ao resultado do meu caso”.


Riis defende o líder de seu time

Diretor técnico da Saxo Bank, Bjarne Riis defendeu Contador e insistiu que as pessoas deveriam questionar o procedimento adotado para que ele pudesse participar do Tour de France. Riis reiterou que, se dependesse dele, o caso já estaria resolvido.

“Eu imploro a todos vocês que não concordam com a participação de Contador na prova: vocês deveriam questionar todo o sistema e não apenas a ele ou a Saxo Bank. Tinha certeza de que haveriam perguntas sobre a participação de Alberto no Tour, pois nós tivemos que respondê-las durante todo o ano e teremos de respondê-las mais vezes, no entanto, a resposta é sempre a mesma e gostaria que vocês soubessem que todos adorariam que este caso já tivesse se encerrado antes do Tour, mas isso não aconteceu. Infelizmente as coisas estão caminhando por este lado e nós temos que respeitar as regras, sem poder fazer nada além de esperar”.

O dinamarquês frisou que Contador está presente na 101ª edição do Tour por méritos e direito, já que teve o aval dos organizadores da prova. “O sistema funciona desta forma e temos que respeitar. Alberto foi absolvido e agora pode competir. Vamos ajudá-lo ao máximo. Não vejo razões para punir alguém que é inocente.”

Uma rota imperfeita

Indagado sobre as características do percurso e suas reais condições em solo francês, o tricampeão ressaltou que fará o melhor, mas que não sabe ao certo como será sua performance – principalmente após o duro Giro d’Italia. “Esta é a primeira vez que farei as duas provas, não é como em 2008, quando disputei o Giro e Vuelta a España. Obviamente isso gera incertezas em minha mente e o Tour é impiedoso, ainda mais depois do Giro como o deste ano”, lembrou Contador. “É difícil dizer como me sairei durante as três semanas. Acho que tudo depende de como a corrida se desenrolar e de como minhas pernas responderão. Testaremos a minha força nos Pirineus”.

O ciclista ainda discordou da idéia de que o percurso da prova é perfeito para ele e ainda classificou Andy Schleck (Leopard) como principal rival, porém não o único.

“Não será o melhor percurso para mim. Se eu tivesse que nomear meu maior rival, diria Andy Schleck, mas teremos muitos ciclistas experientes que poderão realizar uma excelente prova e muitos ciclistas jovens que lutarão pela vitória”

Já Riis foi mais otimista quanto ao líder da Saxo Bank e disse que ele está pronto após o árduo Giro. “Contador estudou as diferentes etapas do Tour e está pronto para enfrentá-las, está motivado. Alberto está incerto sobre suas condições, mas isso não me assusta, pois sei do que ele é capaz e sei que o veremos entre os melhores. Para mim, o principal desafiante será Andy Schleck, mas terão outros caras que merecem atenção. Sete, oito ou nove atletas terão chances de pódio.”

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