quarta-feira, 11 de maio de 2011

Quão perigoso é o ciclismo?

É inegável o fato de que a morte do belga Weylandt abalou a todos que gostam ou praticam o ciclismo.

Uma coisa é assistir vídeos de quedas espalhafatosas (há quem chame de espetaculares) sabendo que os protagonistas sofreram apenas lesões (leves ou nem tanto) mas que puderam no devido tempo voltar a praticar o esporte que adotaram.

No entanto, fatos como o de segunda feira nem deveriam ser exibidos. Tenho certeza de que se o operador de camêra da RAI soubesse da gravidade do acidente não teria filmado com tantos detalhes, não é típico da transmissão deles. Pelo mesmo motivo, não vou postar aqui imagens do acidente.

Como é de praxe, sempre que ocorrem fatalidades como essa, os especialistas começam a criticar os percursos, equipamentos e a segurança do esporte como um todo.

Uma breve pesquisa que fiz pela internet revelou os riscos de alguns esportes, mensurando em óbitos:

  • Futebol: em torno de 80 mortes, a maioria delas por problemas cardíacos;
  • Boxe: 40 mortes, a maioria deles no ringue ou logo após a luta, decorrentes de lesões cerebrais;
  • Automobilismo: em torno de 340 mortes;
  • Motociclismo: quase 100 mortes;
  • Montanhismo: 107 mortes (26 delas só no Everest);
  • Ciclismo: aproximadamente 100 mortes desde 1890 (durante as competições) e mais 30 ocasionadas por fatos paralelos (mortes durante treinos ou decorrentes de lesões), sendo 3 no Tour e 4 no Giro.

Não vejo um número tão absurdo, considerando que um ciclista está sempre lutando contra a gravidade, toca o solo em dois pontos com uma área minúscula, seu equipamento pesa de 7 a 8Kg, atinge velocidades superiores a 70Km/h e sua única proteção é um capacete de isopor que protege apenas a parte superior da cabeça. O ciclismo É por definição, um esporte de risco.

Por sorte ou azar, o debate sobre a segurança durará alguns dias e depois esqueceremos dele. Os profissionais, conhecedores dos perigos, afirmam que sabem o que implica participar de uma prova no nível mais alto. Um risco muito menor do que sair para um treino ou passeio pelas ruas e estradas brasileiras.

Há quem critique os percursos e suas descidas perigosas. Eliminar as descidas implica em eliminar as subidas, é uma questão de lógica. Na minha visão distante, vejo problema muito maior nas rótulas dentro das cidades onde um pelotão de 200 ciclistas divide espaço para conseguir melhores posições e disputar o sprint do que numa descida em fila indiana.

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